22 de jul. de 2008

Tropas de elite x crianças brasileiras

Há um ano atrás o povo brasileiro por algum tempo freqüentou a academia de polícia do Rio de Janeiro. O filme tropa de elite um dos mais populares, iniciou vários cidadãos, no mundo do combate ao crime, esse filme também romantizou o trabalho de repressão ao crime e a corrupção. Pessoas comuns passaram a sentir um pouco a adrenalina que cada policial sente, em especial os militares do BOPE.

No entanto o filme no ponto de vista desse humilde e desconhecido blogueiro não informou apenas. Acredito que também mexeu com a “primitividade” de cada civil, de cada pessoa que desconhecia o dia-dia da policia carioca. Certamente falou profundo no interior de cada policial inclusive no interior dos policiais que executaram com um tiro na cabeça o menino João Roberto.

Não é a intenção desse cidadão, culpar o cinema brasileiro pelas mazelas que acontecem nesse país, não é a intenção culpa-los pela violência generalizada que ocorre nos conglomerados urbanos no Brasil. No entanto nós devemos saber que quando a sociedade cobra mais testosterona do policial brasileiro, quando os chefes de segurança discursam com mais veemência sobre a violência, quando isso acontece, os policiais têm a tendência de puxar o gatilho com mais freqüência.

Apenas uma fração de segundos impede que um homem comum de meia idade que ganha 1.000 reais por mês deixe de ser um herói, admirado e portador de medalhas para ser um covarde assassino, um matador de bebês. Nessa fração de segundos ele poderá pensar na cautela que a academia a ele imprimiu, no compromisso que a sociedade dele espera. Ele poderá refletir brevemente sobre o que é viver em um estado democrático e de direito e assim preservar vidas, mas ele poderá também ouvir o clamor sanguinolento de jornalistas demagogos, políticos oportunistas e de uma população chocada com o que vê e ouve nos filmes de “bang bang” tupiniquins.

Espero de coração que algum formador de opinião com juízo convide a sociedade civil a fazer o “mea culpa” em relação às crianças que são assassinadas pela policia brasileira, seja essa policia de elite ou “da elite”. Devem sentar nos bancos dos réus não só os policiais que puxam o gatilho, mas também o jornalista que ínsita, o político que mente, e o cidadão que é indiferente. Que Deus proteja os nenês brasileiros da ganância dos cineastas, da demagogia dos burocratas e principalmente da incompetência e fúria das tropas da “elite” brasileira. Por enquanto só podemos contar com Deus mesmo.

Um comentário:

  1. Esse é o típico e claro cenário retratado do que a má mídia faz: em um dia, o policial que dá tiros e mata bandidos é o herói, noutro, quando mata uma criança é um monstro.
    Não podemos defender atitudes de violência descontrolada, como tem sido demonstrado nesses casos, mas devemos ter a ciência de que não há romantismo nenhum na luta contra o crime organizado e que há uma degradação moral tão grande na sociedade que não serão os policiais ou o poder do governo os responsáveis por exterminar esse mal, outrora, será a convicção de cada cidadão tomar uma atitude de mudança e agir de forma ética, justa e honesta para com o seu semelhante.

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