23 de jul. de 2008

A Graça deixou recado.


“...Robert Capon coloca da seguinte forma: A Reforma foi uma ocasião em que os homens ficaram cegos, embriagados por descobrir, no porão empoeirado do medievalismo tardio, uma adega repleta de graça envelhecida mil e quinhentos anos, com teor alcoólico 100% . garrafa após garrafa de pura Escritura destilada, um gole da qual bastava para convencer qualquer um de que Deus nos salva sem precisar de ajuda. A palavra do evangelho - depois de todos aqueles séculos de tentar elevar-se ao céu preocupando-se com a perfeição de seus cadarços - tornou-se repentinamente um anúncio direto de que os salvos já estavam em casa mesmo antes de começarem (...) A graça deve ser bebida pura: sem água, sem gelo, e seguramente sem água tônica; não se permite que nem bondade, nem maldade, nem as flores que desabrocham na primavera da superespiritualidade entrem no preparado...”

Brennan Manning. O Evangelho maltrapilho pág. 18, Mundo Cristão 2000

É por isso que os reformadores diziam “sola gratia”. Somente a Graça e nada mais que Graça!

22 de jul. de 2008

Tropas de elite x crianças brasileiras

Há um ano atrás o povo brasileiro por algum tempo freqüentou a academia de polícia do Rio de Janeiro. O filme tropa de elite um dos mais populares, iniciou vários cidadãos, no mundo do combate ao crime, esse filme também romantizou o trabalho de repressão ao crime e a corrupção. Pessoas comuns passaram a sentir um pouco a adrenalina que cada policial sente, em especial os militares do BOPE.

No entanto o filme no ponto de vista desse humilde e desconhecido blogueiro não informou apenas. Acredito que também mexeu com a “primitividade” de cada civil, de cada pessoa que desconhecia o dia-dia da policia carioca. Certamente falou profundo no interior de cada policial inclusive no interior dos policiais que executaram com um tiro na cabeça o menino João Roberto.

Não é a intenção desse cidadão, culpar o cinema brasileiro pelas mazelas que acontecem nesse país, não é a intenção culpa-los pela violência generalizada que ocorre nos conglomerados urbanos no Brasil. No entanto nós devemos saber que quando a sociedade cobra mais testosterona do policial brasileiro, quando os chefes de segurança discursam com mais veemência sobre a violência, quando isso acontece, os policiais têm a tendência de puxar o gatilho com mais freqüência.

Apenas uma fração de segundos impede que um homem comum de meia idade que ganha 1.000 reais por mês deixe de ser um herói, admirado e portador de medalhas para ser um covarde assassino, um matador de bebês. Nessa fração de segundos ele poderá pensar na cautela que a academia a ele imprimiu, no compromisso que a sociedade dele espera. Ele poderá refletir brevemente sobre o que é viver em um estado democrático e de direito e assim preservar vidas, mas ele poderá também ouvir o clamor sanguinolento de jornalistas demagogos, políticos oportunistas e de uma população chocada com o que vê e ouve nos filmes de “bang bang” tupiniquins.

Espero de coração que algum formador de opinião com juízo convide a sociedade civil a fazer o “mea culpa” em relação às crianças que são assassinadas pela policia brasileira, seja essa policia de elite ou “da elite”. Devem sentar nos bancos dos réus não só os policiais que puxam o gatilho, mas também o jornalista que ínsita, o político que mente, e o cidadão que é indiferente. Que Deus proteja os nenês brasileiros da ganância dos cineastas, da demagogia dos burocratas e principalmente da incompetência e fúria das tropas da “elite” brasileira. Por enquanto só podemos contar com Deus mesmo.

16 de jul. de 2008

Igreja. Para que serve? (parte 2)

Contiuaçao de Igreja. Para que serve? (Parte 1)
"... Muito se escreveu sobre o papel da igreja cristã nos últimos 2 milênios, ela já foi considerada um estado acima de todos os estados, um estado dentro do estado, um refugio para os que não tinham ou não queriam estado, um órgão reformista, um elemento de subversão, um bastião do conservadorismo, um elemento de promoção dos desvalidos e desterrados da terra. Mas afinal o que é Igreja? Essa pergunta deveria ser respondida pelo seu fundador o próprio Jesus. Nos últimos versículos do ultimo capitulo do Evangelho de Mateus nós podemos ver que princípios regem a visão e a missão da igreja cristã. Vejamos alguns desses princípios:
“... Ide...”
Pró-atividade:
Uma das palavras mais utilizadas no meio empresarial é a pró-atividade, é pró-atividade aquela condição na qual alguém toma a iniciativa de fazer o que é necessário para que uma missão ocorra com sucesso sem esperar um comando superior. Esse é o sonho de todo patrão, chefe, e gerente, poder ver os seus subordinados e colaboradores tomarem a iniciativa e comprometerem-se com a execução do planejado de tal forma que não esperem que as soluções estejam impressas nas ordens de serviço. Enfim pró-atividade implica em iniciativa.

Na propagação da mensagem cristã foi comum por muito tempo verificarmos os ministros esperaram pelo desejo das pessoas a serem alcançadas pela pregação do evangelho. Não raro as abordagens consistiam em convites do tipo, “vinde”. Vinde para a igreja, vinde para a nossa religião, vinde para o nosso evento. Todos esses “convites” nos mostram a falta de iniciativa de ir ao encontro as pessoas-alvo de Cristo. Jesus chamou a cada um de seus discípulos para tomarem a iniciativa de ir ao encontro de cada homem e mulher e fazer isso continuamente, sem vacilo, sem repouso.

O principio para a fundamentação da Igreja é que essa seja composta de pessoas que tem a iniciativa de irem ou seja são pró-ativas no anuncio das boas novas.
“... fazei discípulos...”
Discipulado:
Mais uma vez o meio empresarial nos dá um bom exemplo de como o acompanhamento um a um, “marcação por pessoa e não por zona” funciona na formação de novos lideres. Nesse meio sustenta-se a idéias de que novos lideres são formados a partir do mentoriamento. O ensino um a um há muito já eram usado pelos filósofos. Eles eram acompanhados pelos seus alunos enquanto falavam sobre as suas teorias e ensinos. Jesus utilizou esse método de maneira primorosa. A sua futura liderança e os seus “futuros gerentes” foram ensinados em acompanhamento pessoal e aprenderam a forma bem como conteúdo “in job”.

Esse método não foi apenas o método de Jesus mas era a forma pela qual ele pretendia que cada um dos seus seguidores se utilizassem para a propagação da nova mensagem. A leitura dos evangelhos não deixam dúvida, a mensagem de Cristo para ser anunciada com vigor e na integra só se fazia possível, e hoje só se faz possível, a partir do acompanhamento individual, o discipulado.

O princípio para a fundamentação da Igreja é que essa seja composta de pessoas que foram discipuladas, que receberam o ensino de cristo não apenas através de seminários, leituras ou “work shop”, mas principalmente e fundamentalmente através do discipulado individual.
(continua)

O Tiago te mandou uma carta

Irmão de Jesus, e líder da Igreja de Jerusalém. Esse é o autor da carta com o mesmo nome. Ele chama a si mesmo de "mestre" (3.1) uma vez que ensina belas lições para todos os que pretendem seguir a Cristo. Essa carta foi escrita em 48 d.C em Jerusalém, 15 anos após crucificação e ressurreição de Nosso Senhor. Se essa informação proceder então será a literatura mais antiga da igreja cristã.

Foi escrita a todos os cristãos quando a Igreja ainda era de maioria judaica e antes da expansão do evangelho entre os não judeus, antes do concilio de Atos 15. Trata de assuntos práticos da vida cristã. Tiago toca em um tema que hoje quase não se fala no seio da igreja como, por exemplo, pobreza e riqueza. Descreve com precisão o processo de tentação. Alerta sobre o preconceito, o falar e o agir, o criticar, orgulho e humildade, paciência, oração e fé.

No entanto uma das mais conhecidas advertências de Tiago trata sobre a necessidade de não somente crer como também agir. Para Tiago não adiantaria alguém dizer que tem fé se não provar por meio das suas ações que a sua fé é viva e verdadeira. "Portanto, assim como o corpo sem o espírito está morto, assim também a fé sem ações está morta" (2.26). Com clareza e vigor, Tiago nos mostra como devemos agir e viver, se é que queremos ser cristãos de verdade. Logo concluímos com Tiago que a verdadeira fé cristã se constata com ações cristãs.

Resumo e conteúdo de cada capítulo
1. Saudação (1), Fé e sabedoria (2-8), Pobreza e riqueza (9-11), Provas e tentações
(12-18), Ouvir e fazer (19-27).
2. Tratamento igual para todos (1-13), Fé e ação (14-26).
3. Dominar a língua (1-12), A verdadeira sabedoria (13-18).
4. Amizade com o mundo (1-10), O hábito de julgar os outros (11-12), O futuro a
Deus pertence (13-17).
5. Aviso aos ricos (1-6), Conselhos finais (7-20)

E hoje? O que Tiago nos ensina? Tiago no ensina que não devemos só pensar nos nossos interesses, mas aprender o que significa amar de fato e assim não desvincular a fé de atitudes coerentes com os valores de Deus. A espiritualidade verdadeira é aquela que nos leva a dependência de Deus, isso pode ser constado na oração, por exemplo. A “oração é sempre ouvida e a sua resposta é sempre certa, não importa qual seja, porque Ele sabe o que é melhor para nós”. Fica, portanto como sugestão para os próximos 5 dias a leitura da Carta de Tiago, o irmão de Jesus.

Fontes: Concordância Exaustiva do Conhecimento Bíblico, Notas Introdutórias da Nova Tradução Linguagem de Hoje. Versão eletrônica da Bíblia On Line 3.0 – Sociedade Bíblica do Brasil

Igreja. Para que serve? (parte 1)

Toda a autoridade me foi dada no céu e na terra. Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado. E eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século.
Mateus 28; 19-20

Ela foi perseguida desde o início, os imperadores romanos a consideravam uma ameaça a religião oficial os filósofos e pensadores do grande império temiam pela dissolução da cultura latina em função da grande adesão de escravos, estrangeiros e incultos. Na idade média ela era um misto de ermitã e exilada, uma concorrente a sua similar ricamente sustentada e associada aos estados feudais.

Durante a idade moderna era tida como o ideal de comunidade a ser vivida. Foi ignorada quando do advento do iluminismo, empirismo e positivismo. No século XIX esteve a frente de grandes conquistas humanitárias. No século XX experimentou os rigores de governos totalitários como o nazismo, fascismo, franquismo e comunismo. Entra no século XXI seriamente confrontada, seja na ideologia como o caso do secularismo o consumismo e movimentos de diversidade sexual, seja com a intolerância religiosa, o caso do islã.

Ela é a igreja. Aquela que aceitou o compromisso e o desafio de promover os valores e princípios de um nazareno que no primeiro século dessa era abalaria para sempre a maneira com que as pessoas haveriam de ver a vida. A igreja foi fundada por Jesus. Ele não pareceu estar constituindo apenas um empreendimento, antes pareceu constituir uma comunidade que viviam em torno de um conceito diferente em relação da vida
Muito se escreveu sobre o papel da igreja cristã nos últimos 2 milênios, ela já foi considerada um estado acima de todos os estados, um estado dentro do estado, um refugio para os que não tinham ou não queriam um estado, um órgão reformista, um elemento de subversão, um bastião do conservadorismo, um elemento de promoção dos desvalidos e desterrados da terra. Mas afinal o que é Igreja? Essa pergunta deveria ser respondida pelo seu fundador o próprio Jesus. Nos últimos versículos do ultimo capitulo do Evangelho de Mateus nós podemos ver que princípios regem a visão e a missão da igreja cristã. Vejamos alguns desses princípios:

“... Toda a autoridade me foi dada no céu e na terra...”
Dependência:
Na atualidade estamos acostumados a trabalhar com voluntários, Está na moda convidarmos pessoas para doarem parte do seu tempo para promover algum tipo de serviço social e humanitário. É pré-requisito de liderança a capacidade de envolver as pessoas ao ponto dessas serem consideradas voluntárias. No entanto não foi isso que Cristo fez, ele não convidou voluntários, ele chamou pessoas, e no seu chamado deixou bem claro quem mandava e quem obedecia. Jesus não utiliza a expressão, "por favor", com o intuito de estabelecer o Reino de Deus, pelo contrario Ele ordena. É verdade que isso ocorria depois do coração dessas pessoas estar envolvido com o chamado.

O principio para a fundamentação da igreja é que essa só tem um dono, é uma companhia LTDA, não há sócios, há um que manda e um corpo que obedece. Jesus é quem manda, não são os papas, patriarcas, reverendos, pastores, bispos, apóstolos, imperadores, senadores, políticos que mandam. Ele, Jesus é o senhor da igreja. Jesus ordena e todos sem exceção obedecem.
(continua)

15 de jul. de 2008

Como é o mundo que você vive?

A forma como vemos a vida e as coisas ao nosso redor nos influencia decisivamente nas escolhas deveremos fazer. De modo geral as escolhas e as relações humanas e motivações costumam ser produtos do conceito e idéia que são alimentados sobre as pessoas, sobre si e principalmente sobre a vida.

Por exemplo, se você vê a vida como sendo um castigo você se comportara no mundo como sendo um apenado e o mundo ao seu redor será uma grande penitenciária, aqueles que estão com você serão também apenados como você o é. E onde ficaria Deus nessa historia? Bem ele seria o diretor do presídio.

O problema de viver assim consiste em que não há fuga com vida desse meio, a pena pode ser vista como sendo perpetua, e pior, o apenado não sabe nem por que está preso. Não houve julgamento. Poucos foram os homens que entenderam sobre aplicação da lei como Paulo de Tarso. Ele era um homem que percebeu muito bem sobre esse assunto, no entanto ele aprendeu com Cristo, que “Nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus ”

Assim sendo considerando essa afirmação como sendo uma revelação de Deus ao homem Paulo, um exemplo de intolerância e intransigência, podemos entender que Deus não compactua com a idéia da vida como sendo um presídio. De fato Deus não aceita a função de delegado ou de diretor da cadeia. Isso tudo por que o filho dele, Jesus Cristo submeteu-se a condição de réu e tomou para si a culpa de todos os condenados, de tal forma que o mundo não pode de maneira nenhuma forma ser visto por essas pessoas como sendo um presídio.
O profeta Isaias, 700 anos antes de Cristo já disse que “...Mas ele foi traspassado pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniqüidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados...” Ou seja a penitenciaria deveria estar vazia pois Jesus abriu as portas.

Cabe você perguntar-se. Por que você ainda não saiu de dentro dela? Ou melhor, se o mundo não o pode ser visto dessa forma, por que você ainda se comporta como se ele assim o fosse? Talvez você se comporte assim por que ainda não entendeu o que Cristo fez por você? Deixe de comportar-se como um apenado. Aceite o convite de Jesus e saia da sua prisão existencial e imaginária. Saia pela porta da frente, pois você não é um fugitivo é sim um anistiado e, portanto vive como um que não deve mais nada a ninguém. A partir da sua saída você passou a ser um cidadão. E não um cidadão como outro qualquer, mas sim um cidadão do céu.
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