20 de jan. de 2011

VOCÊ TEM TEMPO PARA PENSAR NOS CAIDOS PELA ESTRADA?


Eu não sei quantas pessoas irão ler isso que neste momento estou escrevendo. Mas não importa, espero que os que lerem sejam aqueles que ELE escolheu para tomar conhecimento do que se segue. Ontem a noite fui abalado pela leitura da parábola do bom samaritano. A parábola é bem conhecida pelo publico cristão no mundo inteiro. De modo geral é uma lição de caridade, alguns mais atentos dirão que é uma repreensão contra o preconceito étnico e o orgulho religioso.

Contudo para mim ontem a noite ganhou uma dimensão assustadora, uma vez que se revestiu de chamado, chamado para pregação do evangelho com toda a sua integralidade e com todas as suas implicações possíveis. Nessa meditação abaladora fui confrontado a perguntar a quem devo nos próximos dias anunciar as boas novas do reino de Deus. A passagem é clara. A todos os que na beira da estrada estão caídos.
Bem cabe 2 perguntas. No que consiste a estrada? E no que consiste estar caído? A estrada são os nossos espaços de interação, pode ser a minha casa, a sua casa, a minha escola, a sua escola, a empresa em que trabalho, a empresa que você trabalha e eventualmente a igreja que freqüentamos. São os lugares em que eu posso encontrar com você, e você comigo. E nós com eles.
E estar caído a beira da estrada? Isto nada mais do que ser afetado por todas as desgraças e desventuras que a vida permite que aconteça. Estar caído é descobrir o filho preso, e descobrir a gravidez fora de tempo com o companheiro indo embora, é descobrir a porta da empresa fechada quando mais se necessitava de uma oportunidade, é descobrir que o cônjuge se foi e deixou apenas um bilhete, é descobrir que tudo que o seu pastor ensinava no púlpito era apenas uma retórica vazia, um discurso com objetivo unicamente arrecadatório e que a ética proposta não passava de uma propaganda barata para levantar dizimistas.
É isto que consiste em estar caído, assaltado, machucado, violado, humilhado. E o que Jesus pretende com a sua mensagem? Que eu pare um pouco nos espaços em que eu encontro essas pessoas, ponha água em suas bocas, cubra a nudez e a vergonha destas, unguente as feridas profundas que elas portam, e as carregue para serem curadas. Enfim é isso que ele quer que façamos, sabendo que essas pessoas nunca poderão nos pagar por esse serviço, é possível que quando elas acordem nem se lembrem o que aconteceu ou quem as ajudou, nem mesmo serão capazes de preencher a ficha de membros das nossas igrejas.
É amigo, o caminho é estreito mesmo? Quem por ele andará?



Um comentário:

  1. Querido Paulo,

    Como sempre, suas reflexões são ao mesmo tempo didáticas e bastante profundas acerca da Palavra de Deus.

    Obrigado por seu blog e saudades de vc e família!

    Abs,

    Edmar.

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