Na
realidade o que faltou ao mundo árabe foi algo que aconteceu no ocidente no
século XVII e XVIII, a saber renascimento, iluminismo
e eventuais revoluções, como a francesa, e americana.
Nestes
momentos históricos o ocidente experimentou algo que nós “crentes” temos
arrepio só de ouvir falar, a saber, a secularização da sociedade, e a separação
máxima possível entre religião e estado. de lá para cá as
pessoas no ocidente, parariam de matar em nome de Deus, elas não pararam de
matar, mas mataram em nome do progresso, do capital, do socialismo, dos
partidos liberais, totalitários, até em nome da democracia se mata no ocidente,
mas nunca em nome de Deus. E qual a vantagem disto? É que assassinos que não se
protegem sobre o manto da fé, são mais facilmente julgados, senão eles, os seus
atos. Afinal quem se atreverá emitir juízo sobre alguém que esta apenas
atendendo um mandamento do Altissimo?
Bem
faltou ao Oriente Médio uma queda da bastilha, uma revolução popular, uma queda
do clero, uma proclamação de direitos do homem, e coisas românticas como estas,
logo eles ficaram na idade média. Neste aspecto a internet ajuda, ela
intensifica a osmose, e a penetração de valores mais humanos nestes países, além
é claro do fluxo de pessoas que vem ao ocidente estudar.
Há
uma outra informação importante de se dizer, tanto nós como eles sabemos pouco
uns dos outros. Nós não conhecemos bem os árabes,
e os mulçumanos, temos uma ideia quase que igual a que os cruzados tinham na
idade média. Nós imaginamos que os árabes muçulmanos não fazem mais nada na
vida a não ser pensar em como irão islamizar o mundo ou matar cristãos ou tirar
Israel do mapa, na realidade a maior parte dos árabes ou muçulmanos que vivem
desde o Marrocos até as Filipinas da Etiópia até Cazaquistão só tem como preocupação
principal a mesma que eu e você temos, a saber, viver e dar de comer para seus filhos.
Claro
que existem os fundamentalistas, claro que existem os radicais, claro que tem
gente que tem um salario pago por alguém. Al Qaida
ou o Irá por exemplo, apenas para conspirar contra o Ocidente, mas isto é um
segmento minoritário, na grande maioria o islâmico é como o católico brasileiro
ou o protestante americano, apenas confessa a fé, mas não pratica.
E
as ameaças que os radicais islâmicos emitem contra a existência de Israel?
O que dizer sobre estes vídeos que correm na internet?
Bem, não sei se você
sabe, corre entre os muçulmanos um vídeo feito por eles que conta como pastores
ficaram ricos nos EUA dando golpes nas igrejas ou no fisco americano, o vídeo falar
dos adultérios destes pastores, dos flagrantes destes com garotas de programa
ou amantes. Resultado, a maioria dos árabes, ou muçulmanos acredita fielmente
que ocidentais, principalmente se evangélicos são adúlteros, fornicários,
beberrões e profanos.
Claro, que isto é
uma generalização. Sim, mas a ideia que nós temos sobre os islâmicos também não
é uma generalização?
Mas
e sobre o conflito Israel x Palestina?
Bem, antes da
segunda guerra a França e a Inglaterra prometeu aos árabes que se estes
aceitassem os judeus de volta criariam um estado destinado aos palestinos, os
árabes aceitaram, os judeus voltaram, tudo iria dar certo, mas ai, as potencias
como sempre, deram o golpe, se livraram do problema “judeu” na Europa e nunca
mais apareceram no Oriente Médio.
Em
1948 os árabes cometeram um erro estratégico, não aceitaram o território que
ONU havia destinado para os palestinos. (O Arafat erraria de novo em 2000 ao
não aceitar uma proposta muito parecida, mas ele não se satisfez, queria Jerusalém)
Ali começaria o conflito.
Ai o resto você já
deve saber, invasões, guerras de surpresa (Guerra do Yon Kipur) atentados
terroristas (deve-se dizer que este termo foi usado pela primeira vez para caracterizar
um atentado que os judeus tinham praticado para chamar a atenção para a
necessidade deles de ter um estado).
Mas
e não teria gente de bom senso entre os árabes ou entre os muçulmanos?
(há diferença entre árabe e muçulmano) e Israel seria um pais totalmente
caracterizado como um estado laico e que se classificaria como democrático de
direito?
Bem, a historia
mostra que há sim gente com a cabeça no lugar entre os palestinos ou árabes, por
exemplo o Egito faz fronteira com Gaza, mas por acordo com Israel -que lhe
devolveu a península do Sinai – não municia os palestinos, além de controlar o
fluxo deles na fronteira, as relações entre Israel e Egito desde Carter e
Clinton sempre foram relativamente civilizada, o mesmo se pode dizer da Jordânia.
Ou seja, dá para
conversar sim.
Mas
o que esta acontecendo em Israel neste exato momento?
Campanha
presidencial.
Isto mesmo, o
atual presidente esta em campanha, haverá uma eleição em Janeiro, o objetivo é
semear o terror entre a população, por isto o tom bélico contra os palestinos. O
passo seguinte é convencer a população israelense que ele é a resposta firme
contra um momento de pavor, tudo para ganhar a eleição contra os trabalhistas,
parecido com o que os Bush faziam nos EUA, e o Maluf fazia em SP, prometendo a
ROTA na rua.
Mas
haveria entre os palestinos alguém que sirva de interlocutor?
Sim, parece que
sim, analistas (israelenses e árabes, professores de em universidades
brasileiras) afirmam que os palestinos hoje tem duas facções que os lideram. Na
Cisjordânia há o FATAH, um grupo moderado, aceito por Israel, inclusive, nas
ultimas eleições entre os palestinos, Israel apoiou o FATAH, prometeu um estado
palestino caso o FATAH fosse vitorioso nestas eleições ao invés do HAMAS, este
sim, radical, inspirador de falas de extermínio de Israel.
Mas
por que os palestinos pedem o fim de Israel? Simples, pelo fato deles não terem
Estado.
A lógica dos
palestinos é a seguinte, se nós que somos numerosos e estamos aqui a séculos não
temos direito a estado, porque Israel teria?
Bem, a solução me
parece ser, procurar entre ambos os lados segmentos que escolheram o diálogo ao
invés do pólvora, a saber, do lado israelense o Partido Trabalhista, moderado,
que quando liderado por Itzak Rabim, avançou muito nas negociações. (é bom que
se lembre que ele foi morto por um judeu ortodoxo contrario as negociações).
Do
lado dos palestinos estaria o FATAH que embora contraditório, parece querer
conversar. Mas tem outro elemento fundamental, e este é o
estado para os palestinos, já passou da hora de se criar um estado palestino. Para
que? Para assim então levantar o nível da conversa, impor um debate entre
estados, não mais entre invasor e invadido, opressor e oprimido.
E nós crentes?
Bem, devemos rever
a leitura que o Scofild ( da Biblia Scofild) nos impôs com o
dispensacionalismo, uma forma de ler a Bíblia, que não faz outra coisa, a não
ser impor o terror entre os crentes, e disseminar o “salvacionismo” uma simplificação
da fé cristã, algo que só desinforma os crentes. Mas isto é uma outra conversa.
Uma outra postagem.
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