Cristãos de quase 200 países foram, no último momento, mais uma vez comissionados para cumprir o chamado de Deus no mundo. A celebração da Santa Ceia, dirigida pelo arcebispo da Igreja Anglicana de Uganda, Henry Luke Orombi, marcou a busca por unidade – tema este constante nos cinco dias do congresso, seja nas plenárias, nos grupos pequenos, nos debates e nas conversas de corredores.
A inquietação de que a igreja ainda sofre com a desunião foi resumida na manhã deste domingo nas palavras do pastor de Singapura, Patrick Fung: “A arrogância e a auto-comiseração são os grandes obstáculos para o trabalho em parceria da igreja em favor da evangelização do mundo”.
Os seis grandes temas do congresso – verdade, reconciliação, relacionamento com outras crenças, definição de prioridades, integridade e parceria – foram lembrados transversalmente no sermão de encerramento ministrado por Lindsay Brown, diretor internacional do Movimento Lausanne. Em sua homilia, ele deixou claro qual foi o centro de referência dos esforços do Congresso de Lausanne: “Cristo é o centro da mensagem. Ele não é apenas um salvador, mas o único salvador. Nossa vocação é declarar Cristo em toda a sua glória”. Brown também defendeu a verdade como um elemento essencial para o cumprimento da missão. “Não dá para evangelizar se não sabemos no que cremos”. Ele enfatizou ainda a amplitude da missão: “Nossa missão não é somente levar o evangelho de Jesus para todos os lugares, mas também para toda a sociedade”.
Um congresso pouco latino
O III Congresso foi marcado por testemunhos emocionantes de cristãos fiéis que estão enfrentando o sofrimento em favor do Evangelho em países como Índia, Coréia do Norte e Oriente Médio, pela descoberta da riqueza contida na carta de Paulo aos efésios, pelo diálogos ao redor de mesas entre pessoas de lugares diferentes e pelo tom de urgência e pragmatismo.
As opiniões sobre o congresso eram diversas: uns sentiam-se renovados espiritualmente; outros, reclamavam de um conteúdo superficial. Os latinos-americanos sentiram-se prejudicados pela pouca visibilidade dada ao continente e à sua teologia. O momento sintomático foi a exibição de um vídeo que se propunha em dar um panorama do Cristianismo no continente. Foi unâmine o mal-estar, já que muitas informações estavam desatualizadas ou mesmo erradas.
Outro indicador desta insatisfação foram as palavras dos teólogos latinos René Padilla e de Samuel Escobar, ícones da Missão Integral, e considerados grandes personagens da redação do Pacto de Lausanne. Na noite do dia 20, eles apontaram três preocupações que deveriam ser melhor exploradas neste congresso:
- o evangelismo como a tarefa de fazer discípulos e não simplesmente convertidos;
- a globalização e seus efeitos sobre milhões de pobres;
- e o sistema econômico e sua destruição do meio ambiente.
Compromisso da Cidade do Cabo
O resultado concreto do III Congresso de Lausanne é o “Compromisso da Cidade do Cabo”. O documento é uma declaração final do Movimento Lausanne a partir do congresso. Ele divide-se em duas partes. A primeira é uma declaração de fé, e a segunda um chamado para a ação. Entitulada “Para o Senhor que amamos: o nosso compromisso de fé”, a primeira parte do documento – com versão ainda provisória - enfatiza o verbo amar e é dividida em uma introdução e dez seções.
A segunda parte ainda não foi elaborada. Para isso, há um grupo de trabalho de oito pessoas (entre elas, dois brasileiros: Valdir Steuernagel e Rosalee Veloso). Eles vão trabalhar na redação do documento, que deve ter sua primeira versão em novembro deste ano.
fonte: http://www.ultimato.com.br/conteudo/termina-o-terceiro-congresso-mundial-de-evangelizacao
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