Quando eu elegi a bancada evangélica, e ela deu 5 anos para o Sarney em troca de concessões de
emissoras de rádio, me tornei culpado. A culpa é minha.Quando eles chutaram a
santa, eu não falei nada, só abri minha boca para defender os “irmãos da fé”,
logo a culpa é minha.
Quando eles compraram emissora de TV com dinheiro
colombiano, eu não quis nem saber,
apenas bati palmas, pensava que era a redenção do movimento evangélico, logo, a
culpa é minha.
Quando eles invadiram nossos templos promovendo
exorcismos, e terapias de libertação com 7 semanas, ou com retiros tremendos que prometiam curar todo o mal, quando isso aconteceu,
o que eu fiz? Eu participei, apoiei, paguei para que meus parentes e meus
amigos não crentes participassem. Logo a culpa é minha, somente minha.
Quando eles importaram containers de livros dos EUA com
toda a sorte de heresias, ou teologia
fundamentalista que não se sustentava nos trópicos, quando isto aconteceu, eu
me omiti, comprei e li com avidez estes livros, inclusive dei muitos de
presente. A culpa é minha.
Quando de novo os
deputados da bancada evangélica se apropriaram de ambulâncias compradas com
dinheiro publico se fazendo participantes da máfia dos sangue-sugas eu me
omiti, e ainda reelegi alguns deles, a culpa é minha.
Quando o teto da igreja deles caiu matando gente
inocente, e deixando tetraplégico outros sem nenhuma assistência, eu me calei, não quis saber onde andam estes, fingi
que nada tinha acontecido, a culpa é minha.
Quando eles tentaram
entrar nos EUA com dinheiro e foram presos eu acreditei que era perseguição, me
omiti, esqueci rapidamente de tudo o que aconteceu. A culpa é minha.
A culpa é minha, sempre é minha, sempre que eu troco a
proposta do evangelho por uma promessa de projeção. Sempre que eu aplaudo o império que eles constroem às
custas do trabalho “voluntário/escravo” de pessoas frágeis e manipuladas, e
ainda chamo isto de sucesso ministerial, sempre que ajo assim, eu me faço
culpado. A culpa é minha.
Eu nunca digo não para as
marchas deles, nunca digo não para os eventos deles, eu compartilho o meu stand
nas feiras com eles. A culpa é minha, eu me associo a eles, sou consumidor do
que eles produzem. A culpa é minha.
Até tem algum pastor que procura me avisar, um
blogueiro que chama a minha atenção, algum escritor que tenta me vacinar, mas não
adianta, eu ignoro, e continuo
fingindo que é assim mesmo, e que não tem o que fazer, acredito que se eu
quiser continuar no mercado fonográfico eu devo negligenciar isto tudo que eu
já sei. A culpa é minha.
Eu procuro um lugar entre
eles para poder demonstrar meus “dons”, um espaço para fazer meu network sem
perguntar se a proposta deles é ética, é responsável, é bíblica, enfim, a culpa
definitivamente é minha.
E depois eu me indigno com o “movimento evangélico” e
aponto suas incoerências, suas mazelas,
mas o que eu não me apercebo, é que essa anomalia, que eu defendo como algo de
Deus, só existe, única e exclusivamente por culpa minha, somente minha culpa.
Logo a culpa é somente
minha, de mais ninguém.
Que AQUELE que levou todas
as minha culpas, inclusive as que eu contraí após a minha conversão me livre
deste pecado, e me torne comprometido somente com ELE, o mesmo que quando esteve conosco
promoveu o movimento do evangelho, não dependendo de nenhum movimento que se
apresente como evangélico!!
Assino embaixo.
ResponderExcluirFantástico!!!
ResponderExcluirA culpa é minha! Mas confesso ao Senhor os meus pecados, me arrependo e vou ser uma voz contra a deturpação do evangelho.
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