"... Abre a boca em favor do mudo, pelo direito de todos os que se acham desamparados. Abre a boca, julga retamente e faze justiça aos pobres e aos necessitados..." - Provérbios de Salomão, capitulo 31, verso 8 e 9.
Mudo são todos aqueles que não têm voz, ou por que foram feitos mudos pela vida, nasceram sem voz, ou se tem nunca aprenderam a falar. Mas são mudos todos aqueles que têm medo de falar, que ou já foram tão censurados na vida que perderam a capacidade de se expressar.
Logo:
· São mudos os filhos de pais opressores cuja criação lhes intimidou, lhes castrou e não lhes permitiu falar.
· São mudas as mulheres de maridos insensíveis que passam a vida buscando um afeto, uma palavra de reconhecimento para substituir as críticas acidas que procedem da pessoa que elas escolheram cuidar para o resto da vida.
· São mudos os colaboradores das empresas cujos “capatazes” e “capitães-do-mato” impõem um ambiente de terror e de ameaças contra toda e qualquer manifestação, tudo por conta de um abuso de poder da posição bem como o medo de uma dispensa sumária.
· São mudas as pessoas que se afiliaram em algum ambiente religioso, seja qual for, cristã (católica, protestantismo histórico ou renovado, pentecostalismo ou neo-pentecostalismo) ou não (cultos de origem afro, ou religiões de mistério, inclusive as de origem asiática), e que desde então se mantém intimidado com discursos impositivos que lhes domina a mente, a vontade e a capacidade de se auto-criticar e de criticar.
· São mudas as pessoas que embora enxerguem o desmando, a falta de transparência em relação a recursos financeiros, ou mesmo escolhas nepotistas para a “máquina institucional”, embora vejam tudo isto permanecem em silencio ensurdecedor, mas que devido o “carisma” sufocante do “Grande líder” são incapazes de se manifestar.
· Ou seja são mudos os que se sujeitam a crenças dominadoras, tanto da mente como do coração como das instituições.
O que fazer então segundo Salomão?
Sermos a voz destas pessoas, ser a voz do filho, que tem medo do pai, da mulher que sofre com o marido, do funcionário que intimida-se diante do padrão, do voluntário ou obreiro que sofre com o “Grande Chefe” religioso, chamemos ele de, pajé, pai-de-santo, guru, rabino, sheik, padre, pastor, pastor-presidente, bispo, apostolo, enfim todas, as pessoas que se utilizam alguns destes títulos para levar vantagem, impor vontades, enriquecer rápido, massagear ego (o seu é claro), promover comparsas, e sobretudo, calar todo e qualquer critico que ouse pedir lisura, buscar ética e promover justiça nos tratamentos.
“… Abre a boca…” ainda que depois, te arranquem a língua.
(continua)
PS: uma forma de abrir a boca, e repassar o link deste texto para frente, uma forma de permanecer calado, é deletar, e nunca mais pensar neste assunto e assim fingir que você nunca viu nada disto por perto.
Uma crônica espetacular, Paulo! Simplesmente é isso que posso dizer! Que grande maestria em conduzir nosso pensamento para nos incentivar a, nas palavras de George Orwell, permanecer sãos de mente para preservar a herança humana.
ResponderExcluirDe fato, meu amigo, as massificações, alienações e padronizações interferem drasticamente no pessoal e, por consequencia, no coletivo.
Lutemos em prol do extermínio dessa castração!
Parabéns!